domingo, 17 de outubro de 2010


Salvo este post para comentar minha euforia para com tal série. The walking dead é uma série em quadrinhos sobre o batido mundo de mortos-vivos, tão mastigado nos cinemas e agora muito utilizado nos quadrinhos, mas a meu ver não tão bem explorado como nesse titulo.

A principio a primeira novidade, zumbis como diz o nome são mortos vivos que caminham entre nós (na terra), então eles ainda estão mortos, e isso que dizer q eles ainda se decompõem como qualquer cadáver normal, nesse gibi isso realmente acontece. Aqui os zumbis não são rápidos, super fortes ou inteligentes em momento algum da trama, eles simplesmente desejam comer. Como falamos de uma HQ que pode se desdobrar em varias edições e não obrigatoriamente precisam contar tudo que precisam em cronometrados 120 minutos como no cinema, a intenção aqui não é infectar as pessoas (da HQ, friso) o mais rápido possível e nem se preocupar em mostrar muitos zumbis no determinado momento para economizar em outros por problemas de produção. Claro que serão encontrados os mais variados clichês do cinema, mas venhamos e convenhamos que o bom dos zumbis diz respeito justamente a relembrar alguns clichês.

Mas desconsiderando o meio cinematográfico e nos concentrando na linguagem quadrinhística encontramos uma constante muito interessante: a fomra como os balões são utilizados por todo o gibi. Quando o balão tem suas extremidades juntas com as bordas do quadrinho, estas são automaticamente apagadas, pra visualizar melhor, o quadrinho deixa de ser um quadro (quadrado ou retângulo) perfeito pra terminar justamente no ponto de encontro onde ficaria a extremidade do balão, que por sua vez só terá os seus contornos definidos na parte de dentro do quadrinho, o que nos dá uma relação direta do balão com a sarjeta, a assim por dizer com a fluidez da leitura, tanto no que diz respeito a fluidez e continuidade do diálogo como do quadrinho em si (roteiro e diagramação).

Agora entrando nos méritos do arco que titula esse post, “A melhor defesa”. Não tenho resquícios de ter lido uma seqüência de revistas que me deixassem tão agoniado no atoda leitura. Lembro sim de entusiasmo, como em “Guerra Civil” na hora que o Capitão America pula do avião, ou de tristeza em “WE3”, ou até o furor metalingüístico no gibi “Abstraction” de Shintaro Kago, e olhe que esse até merece alguma agonia. Mas o arco “A melhor defesa” contem uma história muito bem construída e trabalhada como em todos os gibis da série, porem toda a situação que ali é explorada (e o como é) despertou em mim um asco pela história, uma repulsa, tanta que eu continuei lendo aquilo compulsivamente para poder acabar logo com aquilo e entra no próximo arco. Porem, não tomem esse sentimento como algo ruim. Nos serve de exemplo o filme “Irreversivel” de Gaspar Noé, que também me trouxe esse desconforto, mas a intenção do filme é essa, ele foi feito pra isso, aquela obra (assim como esse arco) não foram feitos para agradar, mas sim para gerar esse sentimento de desconforto perante a vida, perante uma situação que provavelmente não viveremos (e acredite, esse provavelmente não desconsidera a possibilidade de um mundo pós-apocalíptico cheio de zumbis), esse é mais um lado da arte, o lado do sentir, sem a lição moral ou algo do tipo. Dessa forma vivemos um pouco mais usufruindo de experiências expostas na arte seja ela qual for.

Para finalizar quero ressaltar os pontos em questão nesse post a fim de incentivar (quem sabe?) alguma discussão. Os clichês e as novidades existentes em “The walking dead”, a utilização dos balões nessa HQ e os significados desse uso e o tormento gerado pelo arco em questão. Boa Leitura.

por Ian Abé

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